Fórum Econômico Mundial termina com discussões sobre recuperação global da economia

janeiro 31, 2010

Davos (Suíça) – No último dia do Fórum Econômico Mundial, as discussões se voltaram para o problema da recuperação financeira global. Os participantes discutiram estratégias que empresas e governos podem adotar para ajudar na retomada da economia.

Um consenso entre os participantes do fórum foi a necessidade de incluir os países do G20, as 20 maiores economias do mundo, no debate de como traçar novos caminhos para incentivar o crescimento econômico e criar empregos.

Além disso, durante os cinco dias de encontros, o assunto predominante foi a regulação do sistema financeiro mundial. A proposta do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi amplamente debatida.

Na sessão de encerramento da 40ª edição do fórum, seis estudantes entre 16 e 19 anos selecionados pelo Conselho Britânico contaram aos participantes experiências de projetos sociais para combater a pobreza, melhorar a saúde da população e promover o empreendedorismo no mundo. Os jovens foram escolhidos entre 1,2 mil candidatos, em um concurso promovido no mundo todo.

Fonte: Agência Brasil


FMI propõe fundo de US$ 100 bilhões para combater aquecimento global

janeiro 31, 2010

Davos (Suíça) – A elite financeira reunida no Fórum Econômico Mundial – que terminou hoje (31) em Davos, na Suíça – mostrou que também está preocupada com os efeitos do aquecimento global. O diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, aproveitou o fórum para anunciar que pretende criar um Fundo Verde com a finalidade de ajudar os países em desenvolvimento no combate aos efeitos do aquecimento global.

Segundo Strauss-Kahn, o fundo terá US$ 100 bilhões por ano. O FMI promete divulgar mais detalhes sobre o fundo em alguns dias.

Além disso, para evitar a circulação de carros particulares e táxis, poluindo a cidade, uma frota de vans transportou participantes e jornalistas entre os lugares dos encontros do fórum durante os cinco dias de discussões.

Os carros têm colados nas laterais adesivos com a inscrição “Green” (que significa verde em inglês) e, segundo os organizadores, foram escolhidos por emitirem uma quantidade de gás carbônico (CO2) menor do que os carros similares da categoria.

Fonte: Agência Brasil


Senegalês diz que África não precisa de caridade e sim de plano de desenvolvimento

janeiro 31, 2010

Salvador – O representante do Fórum do Terceiro Mundo no Senegal, Bernard Founou Tchuigoua, disse hoje (31) que os países africanos não precisam de caridade, mas sim de um plano para fortalecer as instituições e se industrializar.

Ao participar do painel Estratégias de Governança, no Fórum Social Mundial Temático da Bahia, o senegalês cobrou que seja feito na África uma espécie de Plano Marshall, por meio do qual os Estados Unidos ajudaram a Europa a se reerguer após a Segunda Guerra Mundial, ou ações como as que ajudaram a Coreia do Sul a se tornar desenvolvida para combater o comunismo.

“Se nós pegarmos todas as condições que foram oferecidas para a industrialização desses países, percebemos que o que vem para a África é muito pouco”, avaliou Tchuigoua.

Ele questionou ainda a eficácia do trabalho realizado pelas organizações não governamentais na África. Segundo Tchuigoua, essas ONGs visam a disponibilizar serviços básicos que os governos não são capazes de oferecer, mas elas desconhecem a complexidade das sociedades que atendem. Além disso, segundo ele, a caridade não faz sentido quando ela não consegue reduzir a desigualdade.

“A caridade tem o objetivo de criar apenas uma clientela. No plano internacional essa ajuda tem sentido apenas se ela visar a uma igualdade entre aqueles que ajudam e os que são ajudados. Manter esse estado de dependência não é interessante”, argumentou. No próximo ano, o Fórum Social Mundial irá acontecer em Dacar, no Senegal.

Fonte: Agência Brasil


Venezuela enfrenta um mês de tensões políticas, econômicas e sociais

janeiro 31, 2010

Brasília – Apenas neste mês o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar, a implementação do câmbio duplo, a substituição de assessores diretos que renunciaram aos cargos e ainda enfrenta uma onda de protestos no país. A instabilidade política venezuelana ganhou ainda mais um elemento: o agravamento da crise econômica causada pelo desabastecimento de energia, água e alimentos.

As dificuldades do governo Chávez se acentuaram no ano passado. Em dezembro, o presidente foi à televisão informar as dificuldades enfrentadas no setor de energia e água por causa da falta da chuva. Houve redução dos níveis da água na Barragem Guri – a principal do país. Na unidade está o complexo hidrelétrico que produz 70% da eletricidade na Venezuela.

O estrangulamento, segundo especialistas, pode ocorrer em abril. Com isso, houve planos de racionamento de energia e projeções para cortes diários e semanais do abastecimento nas principais cidades do país.

Em seguida, Chávez anunciou a desvalorização do bolívar em relação ao dólar e o câmbio duplo. Segundo o governo, o bolívar valerá 2,15 por dólar a 2,60 para setores, como saúde e alimentação, mas será cotado a 4,30 bolívares para artigos que não sejam de primeira necessidade.

De acordo com o governo, as compras relativas a essas áreas e todas as importações do setor público, assim como as remessas, vão usar o câmbio de 2,60 bolívares por dólar. Porém, outros serviços e mercadorias, como automóveis, telecomunicações, fumo, bebidas, produtos químicos, petroquímicos e eletrônicos terão uma taxa de câmbio de 4,30 bolívares por dólar

No começo da última semana, surpreendendo interna e externamente, o vice-presidente da República e ministro da Defesa, Ramón Carrizalez, pediu demissão dos cargos alegando questões “estritamente pessoais”. Assim como ele, a mulher de Carrizalez, a ministra do Meio Ambiente, Yubirí Ortega, renunciou. Depois foi a vez do do presidente do Banco Central da Venezuela, Eugenio Vazquez Orellana. As baixas obrigaram Chávez a escolher rapidamente os substitutos.

Em meio às confusões políticas e econômicas, Chávez determinou a suspensão dos sinais de transmissão de seis canais de televisão, incluindo o popular RCTV. A decisão provocou uma onda de protestos que começou no último domingo (24) e estendeu-se durante a semana. Estudantes tomaram a frente das manifestações.

Durante as manifestações houve confrontos nas ruas das principais cidades da Venezuela. O saldo foi de dois mortos e 11 feridos, segundo dados oficiais. Para os manifestantes, Chávez tenta conter a liberdade de expressão. O governo se defende afirmando que as redes de televisão descumpriram regras para a transmissão da programação.

Fonte: Agência Brasil


Instabilidade na Venezuela preocupa Brasil, que quer ampliar parcerias para conter a crise

janeiro 31, 2010

Brasília – A crise política, econômica e social na Venezuela é observada com preocupação e cautela pelos negociadores brasileiros. A orientação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é para que todos os setores se preparem para ampliar o apoio ao país vizinho e assim evitar o agravamento das tensões. O objetivo é conter o risco de desagregação e desmantelamento das instituições no governo do presidente Hugo Chávez.

Analistas internacionais avaliam que, sob pressão, a tendência é de Chávez intensificar sua campanha anti-Estados Unidos na tentativa de reduzir o foco das atenções sobre os problemas internos da Venezuela e buscar responsáveis externos para a crise. Porém, o governo brasileiro evitará conflitos e oficialmente afirmará que as questões do presidente venezuelano são de ordem interna.

Na última semana, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimermann, e o assessor especial para Asuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, seguiram para para Caracas na tentativa de ajudar o governo Chávez no setor energético. Antes, especialistas no assunto foram enviados à Venezuela. Paralelamente, o governo brasileiro amplia os estudos para mais parcerias nas áreas de pesquisas agrícolas, execução de projetos de casas populares e engenharia estratégica – como a fabricação de alumínio.

Para os observadores brasileiros, Chávez deve conter o agravamento da crise pelo menos no campo político. Segundo eles, isso deve ocorrer porque o governo venezuelano não sofre ameaças de uma oposição no Congresso Nacional ou nos estados e prefeituras. Porém, os negociadores advertem: é fundamental barrar o problema do desabastecimento no país.

Sem energia, água e com falta de alguns alimentos nos supermercados, a população é levada à revolta, afirmam os observadores brasileiros. A crise econômica foi gerada, segundo os negociadores, porque em 2002 Chávez não iniciou um processo de industrialização de base no país. O presidente optou em concentrar os investimentos no petróleo e derivados. Mas foi surpreendido com a baixa dos preços.

Para as autoridades venezuelanas, é mais viável importar do que produzir baseado no déficit na oferta de alimentos e de outros bens e serviços. Só na relação com o Brasil o governo Chávez tem um saldo de mais US$ 3 milhões – favoráveis aos brasileiros. Mas com a redução do preço do barril de petróleo no mercado, a política econômica adotada por Chávez se viu fragilizada.

Chávez foi obrigado a anunciar planos de racionamento de energia, principalmente nas grandes cidades, como Caracas e Mérica, e os venezuelanos se queixam da falta de mercadorias básicas, como leite e manteiga nas prateleiras.

Associado a isso, Chávez sofre com a permanente substituição de assessores diretos em cargos-chave. Só na última semana foram três baixas – o vice-presidente que acumulava a função de ministro da Defesa, a titular do Meio Ambiente e o presidente do Banco Central. A permanente troca de nomes leva à descontinuidade de atividades e o aumento da burocracia, afirmam os negociadores brasileiros.

Os observadores brasileiros afirmam que o clima de instabilidade no governo de Chávez costuma ter uma certa frequência. O momento considerado mais crítico, segundo os analistas, foi em abril de 2002. Na ocasião houve uma tentativa de golpe do Estado quando o presidente foi retirado do palácio do governo e levado preso para uma ilha. Depois, ele conseguiu retornar a Caracas acompanhado por uma multidão de seguidores.

A tentativa de golpe, organizada por militares de alta patente e empresários, foi causada pela decisão de Chávez de substituir o comando da PDVSA – que é a estatal venezuelana responsável pela exploração, produção e comercialização de petróleo, principal produto da balança comercial venezuelana.

Fonte: Agência Brasil