Comércio na AL

janeiro 8, 2010

As exportações da América Latina e Caribe caíram em valor 24% em 2009 em relação a 2008, por causa da crise internacional. A estimativa é da Cepal, a comissão econômica da ONU para a região. A estimativa é que as importações caíram 25%. As exportações de minérios e petróleo foram as mais atingidas, com uma queda média de 42,3%. A Venezuela foi um dos países mais afetados, com uma queda das vendas externas de 42%.
Fonte: Valor Econômico


Anfavea alerta para invasão de importados

janeiro 8, 2010

Eduardo Laguna, de São Paulo

Após ver a importação de veículos bater recorde e o volume de exportação das montadoras brasileiras recuar 35,3% no ano passado, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, pediu mais incentivos para a indústria brasileira enfrentar a concorrência internacional.

Em 2009, a importação de veículos avançou 30,3% e somou 488.874 unidades, no maior patamar da história e acima das exportações de 475.285 veículos, expondo um déficit de 13.589 unidades, pela primeira vez desde 1995.

Apesar disso, ele garantiu que o setor não discute com o governo medidas fiscais para limitar a entrada dos importados, mas defendeu a necessidade de isonomia com os outros mercados para uma competição mais justa.
Fonte: Valor Econômico


BNDES quer financiar direto no exterior

janeiro 8, 2010

Investimentos: Banco já desembolsou R$ 4,5 bilhões para fomentar a internacionalização de empresas brasileiras

Vera Saavedra Durão, do Rio

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prepara-se para fazer uma licitação para contratar uma consultoria internacional com o objetivo de assessorá-lo no plano de expandir sua atuação no exterior neste ano. Depois de estruturar no ano passado a sua área internacional, munindo-a de um escritório em Montevidéu e uma subsidiária em Londres, a BNDES Limited, o banco quer criar uma estrutura para financiar diretamente no exterior empresas brasileiras que estão se internacionalizando, disse a superintendente da área internacional do banco, Maria Isabel Aboim.

Nos últimos quatro anos, o BNDES criou uma linha de internacionalização que desembolsou R$ 4,5 bilhões. A expectativa é que esse valor aumente substancialmente. No momento, há mais de dez empresas solicitando financiamento para esse tipo de operação. No início da linha, o banco fez poucas operações. O grande destaque do período 2005-2009 foi o grupo JBS Friboi, hoje com um lugar destacado no ranking das multinacionais do setor de carnes.

O JBS foi um dos primeiros a contar com o apoio do BNDES, que teve de mudar seu estatuto para liberar recursos para garantir a presença das empresas brasileiras no cenário externo, informa Maria Isabel. “Houve mudança no estatuto do banco para que isso pudesse ser feito. Até o início da década, o banco tinha restrições e exigia que as empresas tivessem uma contrapartida de performance de exportações para obter recursos de internacionalização”, diz a executiva.

Em 2005 ocorreram as primeiras operações de internacionalização – a JBS da Argentina e outras duas empresas menores. Em 2008, o planejamento estratégico do banco considerou prioritário o fortalecimento da presença das empresas brasileiras no mundo. Em 2010, a tendência é esse número crescer. “Temos de ter armas para fazer isso. Esta é a razão principal deste avanço que o banco pretende fazer lá fora”, afirma Maria Isabel.

Para ela, a grande questão a ser resolvida para o BNDES consolidar seu braço internacional é como emprestar dinheiro diretamente para as empresas no exterior sem passar pelo Brasil. “Não faz sentido você ter de ir e voltar com recursos. A ideia do banco é simplificar essa operação, financiar as empresas diretamente do exterior, tendo mais agilidade e tratamento tributário mais simples, já que para internalizar os recursos das captações é preciso pagar tributo à Receita Federal.”

A ideia do banco é dar poder à subsidiária londrina BNDES Limited para captar e emprestar recursos diretamente do exterior para as empresas. “O que o BNDES pretende é apoiar as empresas lá fora com novas fontes de recursos não tradicionais domésticas que virão de captações feitas no mercado global pela subsidiária. Esses valores não serão internalizados no Brasil, mas ficarão à disposição das empresas lá fora”, informa a executiva.

Bancos de desenvolvimento de países como China, Índia e Coreia do Sul já contam com estruturas constituídas para apoiar as empresas de seus respectivos países que estão se globalizando. “Nós não estamos atuando de forma incomun para bancos de desenvolvimento, inclusive muitos com filiais ou subsidiárias operando com crédito, que atuam sediadas em Londres, como é o caso da Anafinsa, do México. A nossa (subsidiária londrina) ainda não atua com crédito. Queremos chegar a esse ponto de poder operar com crédito, também fazendo empréstimos lá fora para as empresas”, argumenta Leonardo Botelho Ferreira, chefe do Departamento de Internacionalização do BNDES.

Inaugurada em novembro do ano passado, a BNDES Limited atua hoje como um ponto importante de contatos e de observação do mercado global. Até o momento, a subsidiária londrina, que por enquanto não pode exercer funções bancárias, tem feito contatos com empresas e centros tecnológicos buscando fazer uma ponte entre esses centros internacionais e empresas brasileiras, principalmente para projetos na área de inovação, relatou Maria Isabel. A subsidiária pode também promover associações e parcerias de empresas brasileiras em diversas áreas e contatos com investidores internacionais para futuros negócios.

Além do apoio à internacionalização das empresas o banco vai continuar atuando através da área internacional na captação de recursos, seja em forma de bônus, seja através de agências multilaterais, pois na visão de Maria Isabel “é importante o banco diversificar fontes”. Para ela, o fato de o BNDES hoje estar ancorando captação em recursos do Tesouro não significa que abandone outras fontes de recursos. “Temos de manter uma diversificação estratégica de fontes”, defende a executiva.

O BNDES acabou de captar US$ 1 bilhão através de colocação de bônus de sua titularidade no mercado global. Além dessa operação, a instituição se prepara para assinar um contrato de US$ 3 bilhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) num programa de apoio a micro, pequenas e médias empresas. Do total, pelo menos US$ 1 bilhão entrarão nos cofres do BNDES em 2010, mais US$ 60 milhões virão da agência multilateral norueguesa NIB e quase US$ 300 milhões do japonês Japan Bank for International Cooperation (JBIC), disse Paulo Roberto de Oliveira Araújo, chefe do Departamento de Captação de organismos multilaterais.
Fonte: Valor Econômico


Kirchner levanta suspeitas contra seu vice e reitera demissão do titular do BC

janeiro 8, 2010

Brasília – A crise na Argentina foi agravada hoje (8) ao ganhar novos elementos. A presidente argentina, Cristina Kirchner, foi à público criticar seu vice-presidente, Julio Cobos, que demonstrou interesse em concorrer às eleições presidenciais na disputa com o ex-presidente Néstor Kichner. A advertência ocorre um dia depois de Cristina Kirchner demitir por decreto o presidente do Banco Central, Martín Redrado, que se recusa a deixar o cargo.

Acirrando ainda mais a tensão política na Argentina, Cristina Kirchner levantou suspeitas sobre a fidelidade de Cobos ao governo. Para ela, seu vice estaria por trás da resistência de Redrado a renunciar ao comando do Banco Central.

“Aprenda qual é o papel do vice-presidente”, afirmou  Cristina Kirchner, em evento na região de Avellaneda, referindo-se a Cobos. “Eu acredito que todo mundo tem o direito de ser candidato a presidente, mas primeiro deve aprender qual é o papel do vice-presidente”, disse ela.

Em tom de desabafo, a presidente reclamou de Cobos a quem acusa de estimular Redrado a não renunciar. Segundo Cristina Kirchner, pessoas de sua confiança lhe contaram das supostas articulações políticas de seu vice-presidente. “É estranho ver alguém que te acompanha na sua ação [de governo] que é candidato de oposição para a próxima eleição [presidencial] e ainda que participa em discussões contra o governo”, afirmou ela.

Ontem (7) a presidente demitiu, por decreto, Redrado. Ambos divergem sobre a utilização de cerca de US$ 6,6 bilhões das reservas estrangeiras para pagar vencimentos da dívida externa em 2010. Cristina Kirchner defende a utilização, enquanto o presidente do Banco Central é contrário. O governo já teria designado Miguel Pesce, atual vice-presidente do BC, como interino. Mas o esforço é nomear Mario Blejer para a função.  

No entanto, pelas leis argentinas, o Banco Central é autônomo. Ainda segundo a legislação, o presidente da instituição deve ser designado e destituído via Congresso Nacional. O mandato de Redrado acaba em setembro. Nos últimos dias, ele afirmou que continua trabalhando normalmente. Redrado conta com o apoio da oposição que tem maioria no Parlamento.

A imprensa argentina informa que Cobos teria marcado uma conversa no Senado para buscar o fim do impasse em torno de Redrado. Mas hoje a presidente Cristina Kirchner negou ter designado seu vice para negociar com os parlamentares. “[Cobos] não é legislador, não integra comissão alguma e não pode convocar reuniões. É isso que afirmam a Constituição e os regulamentos”, disse.

A presidente da Argentina condenou ainda a decisão de uma juíza que determinou a suspensão dos efeitos do ato que estabelece o Fundo do Bicentenário que é formado pelos recursos das reservas do Banco Central.

Fonte: Agência Brasil


Novo embaixador americano diz que pretende aprofundar parceria EUA-Brasil para o Século 21

janeiro 8, 2010

Brasília – O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, chegou hoje (8) pela manhã a Brasília.

Bem-humorado e em um português fluente, ele agradeceu a presença da imprensa que o aguardava e disse que é um prazer estar de volta ao Brasil, onde serviu de 1989 a 1992.

Shannon afirmou que se esforçará para aprofundar as relações com o governo brasileiro e elaborar uma agenda comum Brasil-Estados Unidos para o Século 21.

“É um grande prazer estar de volta aqui no Brasil. É um país muito importante para nós. Vamos começar a trabalhar hoje (sexta-feira), aprofundando a parceria para o Século 21”, disse o embaixador norte-americano.

A ideia do diplomata é entregar os documentos ao Itamaraty ainda hoje.

Por quase oito meses, o Senado norte-americano protelou a aprovação do nome de Shannon por falta de consenso entre republicanos e democratas.

Shannon foi indicado pelo presidente Barack Obama ainda quando ocupava a Subsecretaria do Departamento de Estado para as Américas. A indicação ocorreu em maio do ano passado, mas só em 24 de dezembro de 2009 houve a aprovação.

Shannon vai apresentar suas credenciais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias, mas ainda não há data definida. Para o governo brasileiro, a escolha de seu nome para comandar a Embaixada dos Estados Unidos é motivo de comemoração, já que Shannon é um dos melhores representantes da diplomacia norte-americana.

Com uma extensa carreira diplomática, Shannon foi assistente da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil. Ele passou também pelas embaixadas da Venezuela – país que mantém uma tensa relação com os Estados Unidos – e África do Sul – exatamente no período das negociações pelo fim do apartheid (regime de segregação racial).

Até novembro de 2009, Shannon ocupava o cargo de subsecretário do Departamento de Estado para as Américas. A controvérsia em torno de sua indicação foi causada pelas divergências da política interna norte-americana. Os vetos ao seu nome – que foram retirados posteriormente – foram dos senadores republicanos Jim DeMint e George LeMieux.

Tanto DeMint quanto LeMieux discordavam das posições assumidas por Shannon na condução das negociações dos Estados Unidos para buscar um acordo pelo fim da crise política em Honduras. Os norte-americanos foram responsáveis pela intermediação de um acordo para que o presidente deposto hondurenha, Manuel Zelaya, retornasse ao poder. O acordo não foi efetivado.

Fonte: Agência Brasil


Novo embaixador dos Estados Unidos chega hoje a Brasília

janeiro 8, 2010

Brasília – O novo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, chega ainda hoje (8) a Brasília. Por oito meses, o Senado norte-americano protelou sua aprovação. Ex-subsecretário do Departamento de Estado para as Américas, Shannon foi indicado pelo presidente Barack Obama. A indicação foi aprovada no último dia 24 pelos senadores. Anteriormente havia recebido dois vetos, motivando ainda mais o atraso.

A previsão é que Shannon apresente suas credenciais ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. A escolha de seu nome para comandar a Embaixada dos Estados Unidos foi comemorada pelo governo brasileiro, pois demonstra uma deferência ao Brasil considerando que Shannon é um dos ícones da diplomacia norte-americana.

Ele tem uma longa carreira diplomática e já serviu no Brasil como assistente da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília (1989 a 1992). Ele atuou também nas embaixadas da Venezuela – país com o qual os Estados Unidos mantêm uma delicada relação política – e da África do Sul – no período das negociações pelo fim do apartheid (segregação racial).

O novo embaixador tem fluência em português e uma carreira acadêmica consolidada – com mestrado e doutorado na Universidade de Oxford. Ele substitui Clifford M. Sobel, indicado pelo ex-presidente George W. Bush.

Até novembro de 2009, Shannon ocupava o cargo de subsecretário do Departamento de Estado para as Américas. Apesar de sua longa carreira diplomática, ele recebeu dois vetos à indicação – um deles foi apresentado do senador republicano Jim DeMint (oposição a Obama), do estado da Carolina do Sul, que criticou sua atuação em relação à crise política em Honduras.

O outro veto foi de outro senador republicano George LeMieux (também de oposição a Obama), da Flórida, que justificou discordar de suas posições sobre o regime político de Cuba e a condução das negociações dos Estados Unidos em relação à crise em Honduras. Ao final, De Mint e LeMiex suspenderam os vetos.

Fonte: Agência Brasil


Exportadores acompanham com atenção desdobramentos de demissão no BC argentino

janeiro 8, 2010

Brasília – Os exportadores brasileiros acompanham atentamente os desdobramentos da crise gerada pela demissão do presidente do Banco Central (BC) argentino, Martín Redrado, na noite de ontem (7), por decreto da presidente Cristina Kirchner. Ela alegou insubordinação de Redrado, que se negou a liberar US$ 6,5 bilhões das reservas cambiais para pagamento de dívidas internas.

No Brasil, a notícia causou apreensão, porque a decisão de Kirchner contribui para desvalorizar a moeda argentina (peso), com prejuízo para a competitividade dos produtos brasileiros naquele país, terceiro maior parceiro comercial brasileiro.

O vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, diz, no entanto, que prefere aguardar os desdobramentos do caso para só então se pronunciar a respeito. “É difícil qualquer avaliação neste momento, pois o que existe por ora são especulações.”

O presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF), José Luiz Pagnussat, também acha que é cedo para comentar o caso, até porque o decreto presidencial de demissão está sendo contestado na Justiça argentina, em razão do o BC daquele país ter independência administrativa.

Para ele, a demissão em si, se vier a ser efetivada, “não vai gerar impacto nas relações comerciais”. Ele ressalta, porém, que é preciso ficar de olho na condução do processo de negociação e possível liberação de dinheiro das reservas estrangeiras. “Aí, sim, se houver alguma desvalorização significativa do peso argentino, as vendas brasileiras para aquele país serão prejudicadas”, afirmou.

O governo brasileiro não se pronunciou oficialmente sobre a questão. Consultado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior não quis se manifestar a respeito. Por intermédio de assessores, o Ministério das Relações Exteriores disse que “não comenta assuntos internos de outros países”.

Fonte: Agência Brasil


Inclusão das exportações de energia eleva saldo da balança comercial em 2009

janeiro 8, 2010

Brasília – A inclusão de exportações de energia elétrica para a Argentina elevou o saldo da balança comercial em 2009. De acordo com os números divulgados hoje (8) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil exportou US$ 25,348 bilhões a mais do que importou.

No início da semana, o ministério tinha divulgado que o superávit da balança comercial no ano passado tinha sido de US$ 24,615 bilhões, o que seria o pior resultado desde 2002. Com os novos números, o saldo final ficou 1,5% maior que o de 2008, quando a diferença entre exportações e importações tinha somado US$ 24,956 bilhões.

O aumento no superávit comercial decorreu da inclusão de operações de venda de energia elétrica para a Argentina, no valor de US$ 758 milhões. O ministério revisou ainda para baixo, em US$ 15 milhões, outras operações de exportação. Além disso, o órgão acrescentou US$ 10 milhões ao valor das importações no ano passado. Essas alterações resultaram no aumento de US$ 733 milhões no saldo da balança.

No início da semana, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral, tinha afirmado que o superávit da balança em 2009 seria revisado para cima. Segundo ele, ocorreram divergências no registro de operações de venda de energia elétrica à Argentina em 2007 e 2008.

De acordo com o secretário, em 2007, o Banco Central atendeu a uma exigência da Organização das Nações Unidas (ONU) e passou a considerar energia elétrica uma mercadoria física, que entra no cálculo da balança comercial. Com a mudança, as estatísticas comerciais foram adaptadas, o que provocou a incorporação de vendas de outros anos nas exportações de 2009. Barral afirmou que novos ajustes não serão necessários.

A revisão nos dados fez as exportações brasileiras, em 2009, subirem de US$ 152,252 bilhões para US$ 152,995 bilhões. As importações aumentaram de US$ 127,637 bilhões para US$ 127,647 bilhões. Em dezembro, as vendas para o exterior foram reajustadas de US$ 13,720 bilhões para US$ 14,463 bilhões.

Fonte: Agência Brasil


Exportações do agronegócio caem, mas cresce participação do setor nas vendas totais

janeiro 8, 2010

Brasília – A balança comercial do agronegócio registrou em 2009 superávit de US$ 54,9 bilhões. O resultado é 8,5% inferior ao de 2008, quando se chegou ao recorde de US$ 60 bilhões.

Com a retração dos preços no mercado internacional, o valor das exportações do setor caiu 9,8%, ficando em US$ 64,7 bilhões. As importações também diminuíram 16,9%, totalizando para US$ 9,8 bilhões.

Apesar da queda, as exportações do agronegócio representaram 42,5% de tudo que o país produziu e embarcou para o exterior no ano passado. Em 2008, mesmo com superávit maior e mais exportações, a participação do setor foi menor, ficando em 36,3%.

Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que apresentou os números hoje (8), isso mostra que a tese defendida pelo governo no início da crise mundial estava correta. “Nós dizíamos, quando começou a crise, que o mundo estava comendo, ia continuar comendo e que a produção agrícola seria, possivelmente, o último item a ser afetado”, afirmou.

Para assegurar a atividade, o ministro disse que o governo fez o maior incentivo já realizado para a comercialização de produtos agrícolas, gastando R$ 5,5 bilhões a fundo perdido.

Sobre a queda no valor das exportações, Stephanes lembrou que, em 2008, antes da crise, houve uma bolha em relação aos preços das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional), que bateram recordes históricos. “A agricultura manteve o nível de exportação, mas não dá para comparar, porque tínhamos no período pré-crise todas as commodities em níveis elevados”.

As perspectivas para este ano, no entanto, são de crescimento em valor. Isso porque os preços dos produtos agropecuários estão maiores do que os de 2007, antes do pico de 2008, e porque em dezembro de 2009 foi registrado o melhor resultado do mês desde 1989, quando começou a ser calculada a média histórica.

Segundo Stephanes, esse pode ser um sinal de que os países estão voltando a aumentar o consumo de alimentos após a crise. Alguns produtos já se destacam. “Tem-se demonstrado uma boa tendência de aumento na exportação, principalmente de açúcar, carne e soja”, afirmou o ministro. Ele também acredita que o algodão e o etanol aumentarão as vendas para o exterior.

Para o ministro, os estoques mundiais de alimentos estão muito baixos e, à medida que os países voltam a crescer, eles devem, por questão de segurança alimentar, recompor essas reservas, o que também beneficiaria países produtores como o Brasil.

Fonte: Agência Brasil


Países em desenvolvimento são principais importadores do agronegócio brasileiro

janeiro 8, 2010

Brasília – Os países da Ásia, do Oriente Médio e da África ocuparam, em 2009, espaços antes dominados pela União Europeia e pelos Estados Unidos e se consolidaram como os maiores compradores dos produtos agropecuários brasileiros. Somente os asiáticos passaram de uma participação de 23,5% em 2008 para 30,4% no ano passado, tornando-se o principal mercado de destino do país.

A União Europeia, que detinha o posto em 2008, diminuiu sua participação de 33,1% para 29,3%. O Oriente Médio, com 9%, passou o Nafta, grupo formado por Estados Unidos, México e Canadá, que tem 8,5%. A África foi responsável por 7,7% das importações.

Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a diversificação de mercados foi importante para o país enfrentar a crise mundial e deve-se continuar trabalhando nesse sentido. “Nunca acreditei nas possibilidades da Rodada Doha [negociação no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), que trata da liberalização do comércio mundial], então, temos que continuar neste trabalho que estamos fazendo, abrindo mercados, mostrando que temos qualidade e temos produto”, afirmou.

Individualmente, a China teve 13,8% de participação nas exportações do agronegócio brasileiro, consolidando a primeira posição, seguida pelos Países Baixos, com 7,7%, e pelos Estados Unidos, que compraram 7% do total exportado.

Segundo Stephanes, os maiores entraves para as exportações brasileiras são as questões fitossanitárias, mas, ao longo de 2009, foram sendo resolvidas com vários mercados e devem melhorar este ano com a possibilidade do país ser reconhecido como livre de febre aftosa com vacinação, ampliando o potencial de exportação de carne bovina. Ele disse que o Japão e a África do Sul são mercados com os quais o Brasil ainda tem pendências nessa área, e por isso são o foco este ano.

Apesar disso, o ministro disse que a agricultura é a que mais tem crescido em eficiência nos últimos dez anos e tem grande capacidade de competição, mesmo com o protecionismo de outros países, e quer se expandir em todos eles. “Não temos preferência por mercado. Trabalhamos com 180 países e temos que abrir cada vez mais mercados”, afirmou.

Para dar mais agilidade à resolução de questões fitossanitárias, ou outras que interfiram no comércio de produtos agropecuários, o ministro destacou que, a partir de março, a África do Sul, os Estados Unidos, a China, a Rússia, a União Europeia e o Japão terão adidos agrícolas nas embaixadas brasileiras, além de um em Genebra, para tratar diretamente com a OMC.

“Foi uma batalha de 40 anos. Há 40 anos o ministério queria ter adidos agrícolas e foi um processo seletivo muito bom. É a elite do ministério e foi uma seleção extremamente rigorosa, segundo o próprio Itamaraty”, afirmou Stephanes.

Fonte: Agência Brasil